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Grupo Realidade Negra do Quilombo do Campinho da Independência: o rap na formação da juventude negra

Spinelli, Renata Camara

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Educação 2016-07-29

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Grupo Realidade Negra do Quilombo do Campinho da Independência: o rap na formação da juventude negra
  • Autor: Spinelli, Renata Camara
  • Orientador: Souza, Maria Cecilia Cortez Christiano de
  • Assuntos: Abordagem Textual Discursiva; Relações Étnico-Raciais; Rap; Formação Da Juventude; Identidade Negra; Quilombos; Ethnic-Racial Relations; Discursive Text Approach; Black Identity; Youth Education
  • Notas: Dissertação (Mestrado)
  • Descrição: Este trabalho apresenta um relato de pesquisa de campo realizada com os rappers do Grupo Realidade Negra do Quilombo do Campinho da Independência, em Paraty-RJ, de 2012 até 2015. Nosso objetivo foi principalmente compreender os modos de viver desses moradores e de compreenderem-se em um quilombo do século XXI, com características rurais, turísticas e periféricas, em seu processo de construção de identidade quilombola. Outras categorias identitárias também se fazem presentes: negra, de rappers, e de guerreiros, respectivamente em processos de transformação, de acesso e modelo. Nossa pesquisa configurou-se como um estudo de caso de caráter exploratório que se encaminhou para a compreensão dos temas emergidos nas letras das doze canções do CD da banda É prus guerreiro a missão. A metodologia de análise do discurso das letras se deu sob a abordagem textual discursiva, e desse modo nossas entrevistas concentraram-se, principalmente, com os dois MCs compositores da maior parte das canções. O CD foi elaborado em 2009 para homenagear os dez anos de conquista da titulação do Campinho e gravado ao vivo na Festa da Consciência Negra, em novembro/2009. Os temas emergidos subdividiram-se em seis capítulos revelando a intenção formadora da juventude negra, principalmente do próprio Campinho, pelos rappers, quando ao mesmo tempo em que se constituem como quilombolas, procuram formar novos sujeitos políticos utilizando o rap como veículo para sua missão. Apresentam-se com a intenção de autoafirmação e autovalorização do negro e do quilombola; propõem a importância da luta pela terra, procurando denunciar a situação dos quilombos no Brasil; conscientizam sobre a história do negro escravizado no Brasil apresentando modos de enfrentamento do racismo; reforçam a importância dos vínculos verticais, como a ancestralidade e a prole, bem como horizontais, como os vínculos familiares e fraternos e a continuidade da família na busca do parceiro amoroso, de amigos e da própria comunidade. Ainda no plano subjetivo ensinam modos de lidar com as perdas de parentes próximos e a vivência do luto. Demonstram conhecimento do esgarçamento social que resulta no contexto de violência em que se encontra o negro, principalmente jovem, ensinando a contenção da hybris como modo de lutar contra o sistema. Sua educação religiosa evangélica os sustenta em sua intenção formadora e busca de construção da mudança do destino trágico do jovem negro no Brasil, principalmente a partir do modelo do guerreiro. Através da singularidade dos relatos dos autores sobre suas canções, observamos sua busca identitária como quilombolas em seu próprio contexto resultando na reflexão sobre como se dá a formação e educação nos contextos quilombolas e de outras comunidades tradicionais.
  • DOI: 10.11606/D.48.2017.tde-06062017-095516
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Educação
  • Data de criação/publicação: 2016-07-29
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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