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Exercise Benefits/Barriers Scale (EBBS): validação psicométrica em uma amostra de indivíduos com doenças cardiovasculares

Ribeiro, Arthur Marco Peres

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto 2022-08-02

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Exercise Benefits/Barriers Scale (EBBS): validação psicométrica em uma amostra de indivíduos com doenças cardiovasculares
  • Autor: Ribeiro, Arthur Marco Peres
  • Orientador: Dantas, Rosana Aparecida Spadoti
  • Assuntos: Doenças Cardiovasculares; Estudos De Validação; Exercício; Pesquisa Metodológica; Percepção; Cardiovascular Diseases; Perception; Methodological Research; Exercise; Validation Studies
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: Introdução. As doenças cardiovasculares são responsáveis pela maioria das mortes por doenças crônicas não-transmissíveis no mundo. Apesar dos inúmeros benefícios da prática de exercício físico regular, a inatividade física é um grande problema atual de saúde pública no Brasil e no mundo. Benefícios e barreiras percebidas pelos indivíduos para a prática de exercícios físicos podem interferir tanto na prevenção primária quanto na prevenção secundária de doenças cardiovasculares. Na prática clínica existe a necessidade de um instrumento válido e confiável que possa identificar e medir benefícios e barreiras percebidas ao exercício físico em pacientes com doenças cardiovasculares. A revisão de literatura indicou que, no Brasil, não dispomos de um instrumento, testado psicometricamente em pessoas com doenças cardiovasculares, para avaliar essas percepções. Objetivo. Analisar as propriedades psicométricas da versão brasileira da Exercise Benefits/Barriers Scale (EBBS) em uma amostra de adultos com doenças cardiovasculares. Método. Estudo metodológico que seguiu as seguintes etapas, recomendadas pela literatura: pré-teste; aplicação da versão final em uma amostra da população estudada, e avaliação das propriedades psicométricas. O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética das instituições envolvidas (CAAE: 24836819.9.0000.5393). Uma amostra não probabilística, do tipo consecutiva, foi constituída por 121 pacientes diagnosticados com doenças cardiovasculares e atendidos no Centro de Reabilitação e nos ambulatórios da Divisão de Cardiologia, ambos ligados ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/Universidade de São Paulo. Os dados foram coletados por entrevistas e consultas aos prontuários dos participantes. A coleta dos dados teve início em janeiro de 2020 e foi suspensa em março, após a declaração da pandemia da COVID-19 pela Organização Mundial da Saúde. Esta etapa foi retomada no período de setembro a novembro de 2021. Os participantes responderam à versão brasileira da EBBS, composta por 42 itens (14 itens da subescala de Barreiras e 28 da subescala de Benefícios) avaliados em uma escala do tipo Likert de quatro pontos, variando de 4 (concordo totalmente) até 1 (discordo totalmente). O escore total da EBBS varia de 42 a 168, e quanto maior a pontuação, maior percepção dos benefícios e menor percepção das barreiras à prática de exercícios físicos. Foram analisadas as seguintes propriedades psicométricas da EBBS total e subescalas: consistência interna (coeficiente de alfa de Cronbach); validade de construto discriminante, validade de construto convergente e validade de construto pela técnica de grupos conhecidos, bem como a presença dos efeitos teto e chão. O nível de significância adotado para todas as análises estatísticas foi de 0,05. Resultados. A maioria dos participantes era do sexo masculino (58,7%), com média de idade de 58,2 anos (D.P. = 13,2; variação 18-92 anos) e baixa escolaridade (M = 7,9 anos; D.P. = 4,5; variação 0-20 anos). As doenças cardiovasculares mais frequentes entre eles foram insuficiência cardíaca (43,7%) e doença arterial coronariana (29,4%). Em relação à prática regular de exercícios físicos, 57% realizavam esta atividade regularmente, mas a maioria deles (62,3%) havia iniciado a prática há menos de um ano, sendo a caminhada (46,4%) a atividade mais realizada. O escore total médio da EBBS foi de 125,2 (D.P. = 10,8). Foi verificada a presença de efeito teto em 75% dos itens da subescala de Benefícios, e efeito chão no item 12 da subescala de Barreiras. A consistência interna da EBBS mostrou-se satisfatória para a EBBS total (α = 0,92) e para a subescala de Benefícios (α= 0,95), mas valor abaixo do desejado para a subescala de Barreiras (α = 0,65). Quanto à validade de construto convergente, a correlação apresentou valor negativo e de moderada magnitude entre as medidas dos instrumentos EBBS e Cardiac Rehabilitation Barriers Scale (-0,513; p<0,001). No que se refere à validade de construto da EBBS analisada pela técnica de grupos conhecidos, houve diferença estatisticamente significativa entre os valores da subescala de Benefícios e a situação profissional (p=0,031), e da subescala de Barreiras com a escolaridade dos participantes (p=0,029). A análise da validade convergente por meio da análise multitraço-multimétodo mostrou que os valores do coeficiente de correlação linear de Pearson entre itens e dimensões do instrumento, para ambas subescalas de Benefícios e de Barreiras da EBBS, foi satisfatória, com a maioria das correlações superiores a 0,30. Com relação à validade discriminante, os resultados mostraram valores para o ajuste superiores a 70% para as subescalas de Benefícios e de Barreiras, com escore total próximo de 100%, indicando discriminação satisfatória entre as dimensões. Conclusão. As propriedades psicométricas da versão brasileira da EBBS foram consideradas adequadas e aceitáveis na amostra estudada de indivíduos brasileiros com doenças cardiovasculares. Portanto, a EBBS poderá subsidiar profissionais de saúde que atuam no atendimento específico desta população, apoiar gestores na reformulação de programas, definição de diretrizes clínicas, dos protocolos de cuidado, e na elaboração de políticas públicas para o sistema de saúde. Contudo, o valor da aplicabilidade deste instrumento ainda necessitaria ser investigado em análises futuras, para que a validade do instrumento seja amplamente explorada, através de: novas pesquisas em cenários distintos, com maior tamanho amostral e realização da análise fatorial confirmatória, avaliando-se pacientes cardiopatas submetidos a diferentes modalidades terapêuticas, provenientes de diferentes regiões demográficas e origens socioculturais.
  • DOI: 10.11606/T.22.2022.tde-10112022-164349
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto
  • Data de criação/publicação: 2022-08-02
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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