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Liberdade e indiferença a "experiência-modelo" jesuítica em cartas de jovens indipetentes espanhóis dos séculos XVI e XVII

Paulo Roberto de Andrada Pacheco Marina Massimi

2004

Localização: FFCLRP - Fac. Fil. Ciên. Let. de R. Preto    (Pacheco, Paulo Roberto de A. )(Acessar)

  • Título:
    Liberdade e indiferença a "experiência-modelo" jesuítica em cartas de jovens indipetentes espanhóis dos séculos XVI e XVII
  • Autor: Paulo Roberto de Andrada Pacheco
  • Marina Massimi
  • Assuntos: COMPANHIA DE JESUS; DOCUMENTOS (ANÁLISE ASPECTOS PSICOLÓGICOS); PSICOLOGIA (HISTÓRIA)
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: Esta pesquisa tem por objeto as Litterae Indipetae espanholas. As Indipetae são cartas nas quais jovens jesuítas dos séculos XVI e XVII solicitavam ao Padre Geral da Companhia de Jesus o envio em missão nas chamadas "Índias" (como eram genericamente designados os territórios de missão). Estas cartas foram redigidas a partir de normas jurídicas e retóricas estabeleci das pela Ordem e, portanto, são marcadas por diversos topoi cultural e institucionalmente determinados. O objetivo geral é evidenciar as categorias filosófico- retóricas, espirituais, jurídico-institucionais e "psicológicas" que sustentam - nas cartas - o que denominamos uma "experiência de liberdade". Também interessa localizar as raízes históricas dos conceitos de "liberdade" e "experiência" na cultura jesuítica, no período do Generalato do Padre Cláudio Aquaviva (1581-1615), a partir do estudo de documentos representativos do modus cogitandi próprio dos jesuítas (basicamente a filosofia moral e a retórica do XVI-XVII), do modus operandi (sobretudo as normas espiritual e institucional) e do que descreveu-se como a prescrição de uma "experiência-modelo" (os textos de espiritualidade). Interessa também descrever a "experiência de liberdade" a partir de três grupos de lugares-comuns identificados nas cartas: "conhecimento de si", "obediência" e "consolação". As demais fontes utilizadas foram: o Manual Conimbricense sobre a Ética a Nicômaco, escrito em 1593, pelo padre jesuíta Manuel de Góis, com
    Vistas ao ensino de , filosofia moral no Colégio das Artes de Coimbra e nos colégios da Companhia no Brasil; os Exercícios Espirituais, o Diário de Moções Interiores e o Relato de Santo Inácio de Loyola; o texto das Constituições jesuíticas, Documentos de Fundação e algumas das Cartas de Inácio; e, finalmente, alguns textos de espiritualidade, escritos por padres jesuítas entre os anos de 1583 e final da década de 1630. A escolha do recorte histórico - ... o período de influência do Generalato do Padre Cláudio Aquaviva - justifica-se pela importância desse governo no que se refere ao estabelecimento gradual de uma espiritualidade com traços propriamente jesuíticos e de uma legislação unificadora e atenta à manutenção do ideal e do espírito autênticos de Inácio de Loyola. O método utilizado pode ser assim descrito: 1) transcrição do corpus documental de 26 Indipetae (todas espanholas, escritas entre 1583 e 1609), sendo 23 cartas de autores diferentes, distribuídas no período referido e 3 de um mesmo autor; 2) levantamento bibliográfico e documental no Brasil e na Europa; 3) leitura e análise dos documentos, a fim de localizar as referências aos conceitos de "liberdade" e "experiência"; 4) leitura e análise das cartas com os critérios "aristotélico-tomistas" fornecidos pelos demais documentos, descrevendo as cartas num primeiro momento estruturalmente, em seguida dinamicamente. Pela análise desses documentos, pode-se dizer que o aparelho
    filosófico jesuítico fornece um conceito de "liberdade" que é atualizado como "indiferença" e dado como elaboração individual nas cartas Indipetae. A leitura dessas cartas permite compreender como os jesuítas utilizavam os instrumentos de ordenação da vida interior, na medida em que, tendo se apropriado de uma tradição recebida através dos textos de espiritualidade expressam-na num ato como o de escrever a carta Indipeta. Para além dos aspectos retórico e institucional que regravam o ato de escrever, as Indipetae podem ser descritas como o espelho que reflete aquele indivíduo que assumiu para si um modus vivendi particular. Também a partir da leitura desses documentos, foi possível compreender o conceito de "experiência" tal como a tradição jesuítica dos séculos XVI e XVII a entende e que pode ser exemplificado pela frase de lnácio: "gustar de las cosas internamente", considerando-se o homem como uma totalidade, ... isto é, sem solução de continuidade entre fé e razão, entre condição espiritual e psicológica
  • Data de criação/publicação: 2004
  • Formato: 300 p. anexos.
  • Idioma: Português

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