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Racionalidades na educação científica

Cristiano Rodrigues de Mattos

2019

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  • Título:
    Racionalidades na educação científica
  • Autor: Cristiano Rodrigues de Mattos
  • Assuntos: FÍSICA -- ESTUDO E ENSINO; ENSINO E APRENDIZAGEM; EDUCAÇÃO; CIÊNCIA COGNITIVA; EPISTEMOLOGIA; RACIONALIDADE
  • Notas: Tese (Livre Docência)
  • Notas Locais: Educação em Ciência
  • Descrição: O trabalho apresentado neste texto de livre docência tem como base o programa de pesquisa que desenvolvemos há mais de 20 anos no campo da Educação Científica. A temática das "Racionalidades na Educação Científica" teve como foco inicial as questões relacionadas à racionalidade na resolução de problemas, especialmente dentro do referencial cognitivista computacional, que enfatizava a metáfora computacional e as regras comportamentais. Nessa abordagem, o aprendizado era visto como a aquisição de regras e critérios para resolver problemas, especialmente no ensino de física, tornando-o muito próximo ao ensino de matemática. É a partir da compreensão de que a atividade científica não pode ser totalmente determinada por um conjunto finito de regras e critérios que estabelecemos que o aprendizado da ciência pode ser feito por exemplares. Tal perspectiva foi considerada irracional pelos que defendem que a racionalidade só pode ser criterial. Entretanto, compreender a complexidade das situações e modos de produzir e reproduzir ciência, principalmente na educação científica, demanda a superação do modelo exclusivamente criterial, de maneira que aceitamos uma mudança ontológica da racionalidade que pode, agora, também ser entendida como "racionalidade não-criterial". A partir dessa compreensão, ampliamos nossa investigação para incluir a formação de conceitos na relação entre vida cotidiana e escola em uma racionalidade semi-criterial. A Teoria do Perfil Conceitual foi o ponto de partida, mas foram necessários avanços teóricos que permitissem expressar a complexidade do fenômeno do ensino-aprendizado de conceitos científicos na sua relação com os conceitos cotidianos.
    Dessa forma, além de termos introduzido a dimensão axiológica, junto às dimensões epistemológica e ontológica do perfil conceitual, permitindo uma compreensão mais abrangente do processo de ensino-aprendizagem, incluímos também a perspectiva de sistemas complexos. Assim, concentramo-nos na relação entre discurso e atividade, reconhecendo a importância do contexto nas interações educacionais. Desenvolvemos instrumentos para avaliar essa relação e investigamos diferentes contextos educacionais, como estágios de formação de professores e o aprendizado de conceitos científicos por estudantes ouvintes e surdos. Nosso programa de pesquisa buscou superar a visão dicotômica entre escola e vida cotidiana, propondo atividades escolares que integrassem as racionalidades científica e cotidiana. Isso foi feito dentro de uma perspectiva de uma racionalidade semi-criterial, reconhecendo a importância tanto das regras quanto dos exemplares na construção do conhecimento. Nosso objetivo final é construir uma abordagem emancipatória para a educação científica, visando à realização integral do ser humano frente às forças alienadoras do sistema educacional contemporâneo comprometido Índice 5 apenas com uma determinada perspectiva econômica. Este texto está organizado em quatro partes, cada uma composta por capítulos que apresentam uma narrativa do desenvolvimento do programa de pesquisa no campo do ensino de ciências, dentro de uma perspectiva crítica e dialética. Na primeira parte, abordamos os problemas da formação de conceitos no ensino de ciências, com uma crítica ao modelo de perfil conceitual predominante. Discutimos teorias e conceitos, como a Teoria da Atividade, para ampliar a compreensão do processo de ensino-aprendizagem de conceitos científicos. Na segunda parte, introduzimos os fundamentos teórico-metodológicos da Teoria da Atividade no contexto do ensino de ciências.
    Apresentamos reflexões sobre a relação entre a Teoria da Atividade e a educação científica, bem como críticas ao uso dos trabalhos de Vigotski nesse campo. Na terceira parte, exploramos a complexificação de conceitos na educação em ciências, tendo como base a Teoria da Atividade Cultural-Histórica. Apresentamos atividades práticas e reflexões sobre o desenvolvimento do pensamento conceitual dos estudantes, buscando superar as contradições do ensino de ciências na escola. Por fim, na quarta parte, concluímos a tese com uma síntese teórica sobre a relação entre conceito e atividade, destacando a importância da articulação entre os dois na formação de conceitos científicos. Também, fundamentado na Teoria da Atividade Sócio-Histórico-Cultural, apresentamos reflexões sobre o estado da arte do programa de pesquisa e como buscamos superar as contradições entre a escola e o mundo vivencial dos estudantes, para estabelecer relações teórico-metodológicas que permitam compreender a unidade de análise entre atividade, consciência e linguagem como um processo de desenvolvimento humano.
  • Data de criação/publicação: 2019
  • Formato: 306 p.
  • Idioma: Português

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