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A roteirização da sexualidade por enfermeiras que cuidam de pacientes com câncer de mama

Junqueira, Lilian Claudia Ulian

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto 2014-08-11

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    A roteirização da sexualidade por enfermeiras que cuidam de pacientes com câncer de mama
  • Autor: Junqueira, Lilian Claudia Ulian
  • Orientador: Santos, Manoel Antonio dos
  • Assuntos: Enfermagem; Neoplasias Mamárias; Sexualidade; Oncologia; Roteiros Sexuais; Breast Neoplasms; Sexual Scripts; Oncology; Nursing; Sexuality
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: O acometimento pelo câncer de mama é acompanhado por diversos eventos estressores, que provocam uma série de mudanças imprevisíveis e não escolhidas na vida da mulher que está em tratamento, bem como na dos familiares envolvidos, podendo alterar a dinâmica relacional e a sexualidade. Algumas das preocupações comuns entre as pacientes são: o medo da morte que a doença suscita, o sentimento de inutilidade, a perda dos vínculos afetivos e, especialmente, a mutilação da mama, que é símbolo da feminilidade, sexualidade, erotismo, maternidade e identidade. No cenário do tratamento e da reabilitação, a enfermeira exerce papel importante no cuidado da mulher adoecida. Por essa razão, é relevante indagar como a profissional percebe as questões da sexualidade na assistência. Este estudo qualitativo, descritivo e exploratório teve por objetivo investigar os significados atribuídos à sexualidade e se (e como) essa dimensão é contemplada na prática profissional de enfermeiras (os) que cuidam de mulheres com câncer de mama. Participaram da pesquisa 31 enfermeiras e um enfermeiro, com experiência profissional em oncologia variando de dois a 25 anos de assistência a pacientes com câncer de mama, oriundos de diferentes instituições e contextos de saúde, de caráter público e privado: ambulatórios, enfermarias, centrais de quimioterapia, radioterapia e atendimento domiciliar. Para a coleta de dados foram utilizadas entrevistas em profundidade, abertas e não diretivas. A entrevista teve como questão disparadora: Como você coloca a sexualidade na sua prática profissional? e foi apoiada em um guia de escuta, proposto em estudo similar desenvolvido com enfermeiras francesas. Esse recurso foi adaptado às características das participantes brasileiras. O corpus da pesquisa foi constituído pelas entrevistas audiogravadas e posteriormente transcritas na íntegra e literalmente. O material foi submetido à análise de conteúdo temática, com o propósito de construir as unidades de significado, que permitiram a formação das categorias temáticas. Os dados foram interpretados com apoio do referencial teórico dos roteiros (scripts) sexuais de Gagnon e Simon. Os resultados foram organizados em três eixos temáticos, conforme a predominância nos três níveis de interação: (1) Cenários culturais: a sexualidade como ato sexual e aspecto a ser medicalizado; a sexualidade como prerrogativa de jovens; a sexualidade associada à imagem corporal e autoconceito; a sexualidade que surge no paradoxo vida-morte e a sexualidade como decisão médica. Contemplam também as relações de gênero, em que o cuidado é direcionado conforme o gênero, as diferenças de gênero no adoecer, a violência de gênero, o gênero normativo para o casal e as barreiras culturais que os profissionais encontram na abordagem da sexualidade. (2) Roteiros interpessoais: compostos pela interação entre os atores sociais, modos de comunicação e estratégias de cuidado à sexualidade. São quatro formas de comunicação, que envolvem diretamente os relacionamentos e condutas interpessoais entre profissionais e pacientes: as questões de sexualidade não são comunicadas no cuidado à paciente; a comunicação com discurso evasivo, de negação da sexualidade no cuidado; a comunicação fragmentada; e a comunicação acolhedora e integrada junto aos familiares e à equipe de saúde. (3) Roteiros intrapsíquicos ou da subjetividade da enfermeira: neste nível a pessoa é protagonista de suas condutas, fazendo uso de sua identidade nos encontros com as pacientes, priorizando seu mundo psíquico para operacionalizar as ações de cuidado nos cenários de saúde. Neste estudo elencamos os principais significados que os profissionais da enfermagem outorgam à dimensão da sexualidade, como uma representação pessoal e coletiva que circunda o grupo de enfermeiras. Esses significados se alicerçam em roteiros sexuais advindos em parte de suas vivências no grupo pessoal e no familiar, e em parte de sua formação acadêmica, ancorada no modelo biomédico de cuidado e na medicalização da sexualidade. Como contribuição potencial, espera-se que este estudo possa suscitar novos conhecimentos na interface da sexualidade e dos cuidados em oncologia, favorecendo a capacitação de enfermeiras e de outros profissionais da equipe, de modo a contemplar as questões da sexualidade na produção dos cuidados em saúde.
  • DOI: 10.11606/T.59.2014.tde-15092014-141247
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
  • Data de criação/publicação: 2014-08-11
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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