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Nutrição e saúde: o papel do ultraprocessamento de alimentos

Louzada, Maria Laura Da Costa

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública 2015-12-07

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Nutrição e saúde: o papel do ultraprocessamento de alimentos
  • Autor: Louzada, Maria Laura Da Costa
  • Orientador: Monteiro, Carlos Augusto
  • Assuntos: Alimentos Industrializados; Qualidade Dos Alimentos; Obesidade; Valor Nutritivo; Epidemiologia Nutricional; Consumo De Alimentos; Food Quality; Industrialized Food; Food Consumption; Nutrition Value; Obesity; Nutrition Epidemiology
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: Introdução: A prevalência de obesidade e doenças crônicas não transmissíveis tem aumentado em todo o mundo, enquanto as deficiências de micronutrientes continuam sendo um grave problema de saúde pública. Este cenário tem sido impulsionado, entre outros fatores, por transformações recentes no sistema alimentar global, caracterizadas principalmente pela substituição dos hábitos alimentares tradicionais pelo consumo de alimentos ultraprocessados. Objetivos: Os objetivos deste estudo são analisar o consumo de alimentos ultraprocessados no Brasil e sua influência sobre a qualidade nutricional da alimentação e indicadores de obesidade e avaliar o uso de dados de aquisição domiciliar de alimentos para estimar o consumo de alimentos ultraprocessados. Métodos: Foram produzidos quatro manuscritos baseados em dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009. Os três primeiros utilizaram dados do módulo de consumo alimentar individual, que avaliou 34.003 adolescentes e adultos brasileiros. Todos os alimentos consumidos foram classificados de acordo com as características do processamento industrial. Alimentos ultraprocessados foram definidos como formulações industriais feitas predominantemente de substâncias extraídas diretamente de alimentos (óleos, gorduras, açúcar), derivadas de constituintes de alimentos (gorduras hidrogenadas, amido modificado) ou sintetizadas em laboratório a partir de matérias orgânicas (corantes, aromatizantes, realçadores de sabor). Exemplos incluem balas, chocolates, sorvete e guloseimas em geral, bolachas doces, salgadas, salgadinhos, refrigerantes e refrescos, hambúrgueres e outras refeições fast food. Modelos de regressão foram empregados para descrever a associação entre quintos do consumo de alimentos ultraprocessados ( por cento do total de energia), o perfil nutricional da alimentação (artigos 1 e 2) e indicadores de obesidade (artigo 3). No artigo 4, compararam-se as estimativas de consumo de alimentos ultraprocessados obtidas por dados do módulo de aquisição domiciliar de alimentos e do módulo de consumo alimentar individual. Resultados: Os alimentos ultraprocessados apresentaram maior densidade energética, maior conteúdo em açúcar livre e gorduras totais, saturadas e trans e menor teor de fibras, proteínas e de vários micronutrientes, em comparação ao conjunto dos outros alimentos. Maior consumo de alimentos ultraprocessados determinou generalizada deterioração no perfil nutricional da alimentação. O perfil nutricional da alimentação dos brasileiros que menos consumiram alimentos ultraprocessados aproximam este estrato da população das recomendações internacionais para prevenção da obesidade e doenças crônicas. Os indivíduos no quintil superior de consumo de alimentos ultraprocessados apresentaram maior índice de massa corporal (0,94 kg/m2; IC 95 por cento 0,42;1,47) e maiores chances de serem obesos (OR=1,98; IC 95 por cento : 1,26;3,12) em comparação àqueles no quintil inferior. Observou-se uma concordância razoável entre as estimativas de consumo de alimentos ultraprocessados obtidas a partir de dados de aquisição familiar de alimentos e de consumo alimentar individual. Conclusões: Os resultados indicam prejuízos à saúde decorrentes da substituição de refeições tradicionais baseadas em alimentos in natura ou minimamente processados por alimentos ultraprocessados e apoiam a recomendação para ser evitado o consumo desses alimentos. Além disso, os achados reforçam a utilização de dados de aquisição familiar de alimentos, que são coletados sistematicamente no Brasil desde os anos 70, como um proxy do consumo real de alimentos ultraprocessados. Na ausência de pesquisas de consumo alimentar individual com representatividade nacional, pesquisas domiciliares podem ser uma ferramenta valiosa para monitorar os padrões alimentares da população.
  • DOI: 10.11606/T.6.2016.tde-14122015-102426
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública
  • Data de criação/publicação: 2015-12-07
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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