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Novos espaços e cotidiano desigual nas periferias da metrópole

Volochko, Danilo

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas 2012-02-27

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Novos espaços e cotidiano desigual nas periferias da metrópole
  • Autor: Volochko, Danilo
  • Orientador: Carlos, Ana Fani Alessandri
  • Assuntos: Cotidiano; Produção Do Espaço; Política Habitacional; Periferia; Negócios Imobiliários; Habitação; Financeirização; Housing; Housing Policy; Financialization; Periphery; Everyday Life; Production Of Space; Real Estate Development
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Notas Locais: Versão Corrigida
  • Descrição: A produção do espaço na urbanização contemporânea de São Paulo inclui como uma de suas faces a expansão dos negócios imobiliários em direção às periferias metropolitanas, a partir da produção de um espaço habitacional homogêneo-produtivo que expressa e realiza diversos processos. Entre eles, a atualização das estratégias dos capitais financeiros nacionais e internacionais ligados à sua reprodução no urbano, o que remete às tentativas, por parte do setor imobiliário, de superação de barreiras espaciais como a crescente raridade do espaço edificável nas regiões mais valorizadas, tomadas pela propriedade privada do solo. As contradições vindas do espaço disparam uma série de mecanismos postos a resolver tal situação. Procuro analisar, neste trabalho, o modo como as articulações entre uma financeirização imobiliária representada pela capitalização das maiores incorporadoras do país via aberturas de capital em bolsa de valores (Bovespa) e algumas políticas de governo sobretudo o Programa Minha Casa, Minha Vida buscam ampliar os espaços de reprodução capitalista, demandando a produção de novas espacialidades: os condomínios habitacionais fechados que passam a marcar a paisagem das periferias, onde o tecido urbano é fragmentado por terrenos mais ou menos grandes, até então desvalorizados. O Residencial Valle Verde Cotia empreendimento de grande porte localizado na cidade de Cotia (Região Metropolitana de São Paulo), destinado à moradia de quase 2.500 famílias pode situar estes processos, nos quais frações sociais compostas por famílias de rendas reduzidas que moravam de aluguel ou com parentes, em moradias muitas vezes autoconstruídas passam a ser capitalizadas pelos financiamentos imobiliários e empurradas para estes espaços. Neles, realiza-se uma metamorfose radical da casa, da rua, do bairro, das práticas espaciais e do habitar implicado no acesso a um espaço massificado, simétrico e repetitivo, edificado nos moldes ditos formais/legais, o que coloca estas famílias diante de um possível acesso à propriedade privada do solo. A discussão que se torna pertinente a partir daí se refere ao reconhecimento da reprodução das desigualdades sociais em novos patamares, um aumento da base social de reprodução capitalista, que se resolve na produção de um cotidiano desigual em novos espaços que se revelam, inclusive, em seu conjunto, como novas franjas de valorização/capitalização imobiliária nas periferias. Esse processo, ao mesmo tempo em que inclui alguns, certamente também espolia outros, os mais pobres entre os empobrecidos, que podem ser banidos para espaços cada vez mais distantes. E mesmo aqueles que por ventura efetivem a propriedade não estarão livres de uma possível perda de suas casas, pois seu endividamento futuro pode apontar esta situação. Observa-se, com isso, uma agudização da segregação socioespacial através de novas fragmentações e hierarquizações dos espaços metropolitanos periféricos.
  • DOI: 10.11606/T.8.2012.tde-10082012-183616
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
  • Data de criação/publicação: 2012-02-27
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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