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Avaliação dos efeitos do canabidiol sobre as alterações neuroimunoendócrinas e comportamentais induzidas pelo estresse em camundongos

Santos, Alice Hartmann Dos

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto 2020-10-15

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Avaliação dos efeitos do canabidiol sobre as alterações neuroimunoendócrinas e comportamentais induzidas pelo estresse em camundongos
  • Autor: Santos, Alice Hartmann Dos
  • Orientador: Guimarães, Francisco Silveira; Lisboa, Sabrina Francesca de Souza
  • Assuntos: Ansiedade; Micróglia; Inflamação; Estresse; Depressão; Canabidiol; Depression; Cannabidiol; Inflammation; Microglia; Anxiety; Stress
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: Diversas evidências sugerem o envolvimento de citocinas pró-inflamatórias em pacientes psiquiátricos e modelos animais de transtornos mentais. Interleucina-1β (IL-1β), amplamente descrita como agente neuroinflamatório, apresenta-se elevada em pacientes depressivos, ansiosos e com transtorno de estresse pós-traumático (PTSD). A via de NFkB e o inflamassoma de NLRP3 medeiam a transcrição e função de IL-1β, induzindo a ativação do sistema imune inato e inflamação. A ativação deste complexo tem sido amplamente relacionada à transtornos mentais. O canabidiol (CBD) possui inúmeros efeitos terapêuticos já descritos. Entretanto, a interação entre CBD e sistema imunológico, além do envolvimento de mecanismos imunológicos sobre os efeitos comportamentais da droga, ainda são pouco conhecidos. Desse modo, este trabalho objetivou avaliar o envolvimento do inflamassoma de NLRP3 no mecanismo pelo qual o CBD previne ou reverte alterações comportamentais e neuroimunoendócrinas em modelos animais. Para isso, machos C57BL/6 adultos foram expostos aos protocolos: estresse crônico imprevisível (21 dias), estresse por restrição (6h) ou 2 choques inescapáveis nas patas (1,5mA). Adicionalmente, usou-se modelo animal de ansiedade baseado no acasalamento seletivo. Os resultados obtidos através do modelo de estresse crônico imprevisível evidenciaram que os animais estressados apresentam redução do peso corpóreo, aumento do tempo de imobilidade no teste do nado forçado e hipolocomoção no teste do campo aberto em comparação com animais controle. Entretanto, no teste de supressão da alimentação pela novidade, os animais não apresentavam a supressão da alimentação apenas pela neofobia, mas sim de modo geral. O teste de preferência pela sacarose não nos forneceu dados robustos. O CBD não alterou os efeitos comportamentais do estresse. Diante da baixa reprodutibilidade dos resultados obtidos com este modelo, decidimos utilizar o modelo de estresse por restrição por 6 horas. Esse modelo diminuiu o tempo de permanência e o número de entradas nos braços abertos do labirinto em cruz elevado (LCE) 24 h e 7 dias após o estresse. Não houveram alterações no teste de suspensão pela cauda e peso corpóreo. O tratamento repetido com o CBD 30 mg/kg preveniu o estabelecimento das consequências comportamentais do estresse nos animais estressados, porém induziu efeito tipo-ansiogênico per se nos animais não estressados. Durante o doutorado sanduíche, foram utilizados camundongos com comportamentos extremos relacionados a ansiedade de modo inato (HAB) e seus respectivos controles (NAB). Os animais HAB apresentaram comportamentos relacionados à ansiedade no teste do LCE e beetle mania task quando comparados aos NAB. No teste de medo condicionado ao som, os animais HAB são capazes de extinguir a memória aversiva, porém não são capazes de consolidar a extinção e possuem recuperação espontânea das respostas de medo, quando comparados aos animais NAB. O tratamento com o CBD (15 e 30 mg/kg) não induziu alterações em comparação com o grupo veículo nos animais HAB em nenhum dos testes utilizados. Diante da ausência de efeitos agudos do CBD, decidimos trocar para um modelo animal de PTSD. Três semanas após o trauma, o tratamento diário teve início: veículo ou CBD (10 a 30 mg/kg, 1 injeção i.p.). Depois de uma semana de tratamento, os animais foram testados para generalização e efeitos de longa duração dos choques e, 24 horas depois, os animais foram testados para expressão e recuperação do medo. O estresse aumentou o tempo de congelamento e diminuir o número de rearings em ambos os testes. O tratamento repetido com o CBD não reverteu as alterações induzidas pelo modelo. Não houve efeito do estresse e/ou do tratamento nos animais submetidos ao trauma e testados no beetle mania task. Em geral, as inúmeras limitações enfrentadas dificultaram o andamento do projeto. Os resultados obtidos com o modelo de estresse único por restrição evidenciam que esse protocolo induz alterações que viabilizam estudos pré-clínicos de transtorno mentais e que o tratamento repetido com o CBD, na dose de 30 mg/kg, induz um efeito dual que depende da condição prévia de estresse do animal. Já os estudos com a linhagem HAB evidenciam que esses animais possuem o fenótipo relacionado à ansiedade de modo inato, porém que o CBD não possui efeito agudo nesses animais. Por fim, o modelo animal de PTSD, induziu alterações comportamentais robustas e duradouras. Apesar de o CBD não alterar os efeitos do estresse, este resultado pode sugerir que este fitocanabinoide não seja efetivo em pacientes com o quadro de TEPT já estabelecido após um longo período do trauma; uma vez que estudos prévios de nosso grupo e de outros grupos evidenciaram que o composto pode prevenir as consequências comportamentais em outros modelos animais de TEPT, quando administrado logo após o trauma ou após um novo estresse - reminder.
  • DOI: 10.11606/T.17.2020.tde-04012021-103831
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
  • Data de criação/publicação: 2020-10-15
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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