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Estado, quantificação e agência: uma análise genealógica

Camargo, Alexandre de Paiva Rio

Dados, 2022, Vol.65 (3) [Periódico revisado por pares]

Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

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Citações Citado por
  • Título:
    Estado, quantificação e agência: uma análise genealógica
  • Autor: Camargo, Alexandre de Paiva Rio
  • Assuntos: gestão da população ; governamentalidade ; neoliberalismo ; SOCIAL SCIENCES, INTERDISCIPLINARY ; sociologia da quantificação ; sociologia do estado
  • É parte de: Dados, 2022, Vol.65 (3)
  • Descrição: RESUMO O artigo investiga o papel das práticas de quantificação na construção do Estado e das rotinas sociais, nas formas de governar a população através dos números, nas modalidades de crítica estatística da realidade e nos processos de mudança social. Procuramos contribuir com uma síntese original de duas matrizes interpretativas: de um lado, os estudos anglo-foucaultianos sobre a governamentalidade, que relacionam as formas de quantificação a outras tecnologias de indução das condutas, no liberalismo e no neoliberalismo – “regimes de governo” que produzem e consomem liberdades. De outro lado, a sociologia pragmática francesa, em particular o conceito de “convenções de equivalência” e a ideia de pluralidade das lógicas de ação, que permitem compreender a dupla natureza da estatística como “instrumento de prova” e como “instrumento de governo”, formulada por Alain Desrosières, que prioriza a ciência dos números e seu papel na coordenação da vida social. Propomos um uso crítico desses modelos, ensaiando uma genealogia dos níveis da agência e da vida social que foram construídos progressivamente como domínios de mensuração. Tal opção permite explicitar a singularidade das práticas de quantificação no mundo contemporâneo, examinadas em seus quatro gêneros principais: o benchmarking, o ativismo estatístico, o autorrastreamento e a política dos algoritmos. RESUMEN El artículo investiga el papel de las prácticas de cuantificación en la construcción del Estado y de las rutinas sociales, en las formas de gobernar a la población a través de los números, en las modalidades de crítica estadística de la realidad y en los procesos de cambio social. Buscamos contribuir a una síntesis original de dos matrices interpretativas: por un lado, los estudios anglo-foucaultianos sobre la gubernamentalidad, que vinculan las formas de cuantificación con otras tecnologías de inducción de las conductas, liberalismo y en el neoliberalismo – “regímenes de gobierno” que producen y consumen libertades. Por otra parte, la sociología pragmática francesa, en particular el concepto de “convenciones de equivalencia” y la idea de pluralidad de las lógicas de acción, que permiten comprender la doble naturaleza de la estadística como “instrumento de prueba” y como “instrumento del gobierno”, formulada por Alain Desrosières, que prioriza la ciencia de los números y su papel en la coordinación de la vida social. Proponemos un uso crítico de estos modelos, ensayando una genealogía de los niveles de agencia y de la vida social que fueron construidos progresivamente como dominios de medición. Esta opción permite la singularidad de las prácticas de cuantificación en el mundo contemporáneo, examinadas en sus cuatro géneros principales: el benchmarking, el activismo estadístico, el auto rastreo y la política de los algoritmos. ABSTRACT This article investigates the role of quantification practices in the construction of the State and social routines, in the ways of governing the population through numbers, in the modalities of statistical criticism of reality, and in the processes of social change. We seek to contribute with an original synthesis of two interpretative matrices: on the one hand, Anglo-Foucauldian studies on governmentality, which relate the forms of quantification to other technologies of induction of conduct, in liberalism and neoliberalism, “government regimes” that produce and consume freedoms. On the other hand, French pragmatic sociology, in particular the concept of “equivalence conventions” and the idea of a plurality of logics of action, allow us to understand the dual nature of statistics as an “instrument of proof” and as an “instrument of government”, formulated by Alain Desrosières, which prioritizes the science of numbers and its role in the coordination of social life. We propose a critical use of these models, rehearsing a genealogy of levels of agency and social life progressively constructed as measurement domains. This choice makes it possible to explain the singularity of quantification practices in the contemporary world, examined in its four main categories: benchmarking, statistical activism, self-tracking, and the politics of algorithms. RÉSUMÉ Cet article interroge le rôle des pratiques de quantification dans la construction de l’État et des routines sociales, dans les manières de gouverner la population par les nombres, dans les modalités de critique statistique de la réalité et dans les processus de changement social. Nous cherchons à contribuer à une synthèse originale de deux matrices interprétatives: d’une part, les études anglo-foucaultiennes sur la gouvernementalité, qui rattachent les formes de quantification à d’autres technologies d’induction de conduite, dans le libéralisme et le néolibéralisme – les « régimes de gouvernement » qui produit produisent et consomment des libertés; d’autre part, la sociologie pragmatique française, en particulier le concept de « conventions d’équivalence » et l’idée de pluralité des logiques d’action, qui permettent de comprendre la double nature de la statistique comme « instrument de preuve » et comme « instrument de gouvernement », formulé par Alain Desrosières, qui privilégie la science des nombres et son rôle dans la coordination de la vie sociale. Nous proposons une utilisation critique de ces modèles, en répétant une généalogie des niveaux d’agence et de vie sociale qui ont été progressivement construits comme domaines de mesure. Cette option permet d’éclairer l’unicité des pratiques de quantification dans le monde contemporain, examinées dans leurs quatre grands genres: benchmarking , activisme statistique, self-tracking et politique algorithmique.
  • Editor: Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
  • Idioma: Português;Inglês

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