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Caracterização da área de uso e dieta do mono-carvoeiro (Brachyteles arachnoides, Cebidae-Primates) na Mata Atlântica, Serra de Paranapiacaba, SP

Liége Maciel Petroni Paulo Nogueira-Neto

2000

Localização: IB - Instituto de Biociências    (D-800 ) e outros locais(Acessar)

  • Título:
    Caracterização da área de uso e dieta do mono-carvoeiro (Brachyteles arachnoides, Cebidae-Primates) na Mata Atlântica, Serra de Paranapiacaba, SP
  • Autor: Liége Maciel Petroni
  • Paulo Nogueira-Neto
  • Assuntos: ZOOLOGIA
  • Notas: Tese (Doutorado)
    Tese (Doutorado) -- Instituto De Biociências da Universidade de São Paulo. Departamento de Biologia
  • Descrição: O trabalho foi realizado no Parque Estadual Intervales localizado na região sul do Estado de São Paulo, município de Ribeirão Grande ('24 GRAUS'12' a '24 GRAUS'25'S e '48 GRAUS'03' a '48 GRAUS'30'W). O grupo de monos estudado é constituído por 39indivíduos. As associações mais constantes são de fêmeas adultas com infantes e/ou jovens. Os subgrupos maiores são compostos por machos e fêmeas adultas com infantes e/ou jovens. Existe um padrão de variação sazonal no tamanho dos subgrupos,onde grupos maiores são encontrados na estação de menos chuva e grupos menores na estação mais chuvosa. A área de uso observada para o grupo de estudo é de 1.216, 35 hectares e caracteriza-se por apresentar três grandes grupos de fisionomiasflorestais: as de fundos de vale, as de encostas e as de topo de morro. A preferência dos monos pelas matas de fundos de vale e de encostas sugere sua relação com uma maior disponibilidade de fontes alimentares nestes tipos de habitats. Poroutro lado, a maneira suspensória de locomoção e a proteção contra predadores, fazem com que o mono seja dependente de florestas altas. A ocupação de novas áreas pelos monos deve-se, principalmente, ao aumento do número de indivíduos no grupo;às modificações estruturais da vegetação e à disponibilidade de recursos. O tamanho da área de uso está relacionado com a extensão do fragmento florestal; com a disponibilidade das fontes alimentares e com o peso corporal dos indivíduos dogrupo. Durante o dia os monos não
    apresentam sítios específicos de dormir, mas apresentam uso preferencial por determinados locais parab o repouso noturno. As famílias mais ricas na área de uso dos monos são Myrtaceae (34 espécies), Lauraceae(24), Leguminosae (21) e Rubiaceae (11). Além destas, destacam-se ainda Annonaceae e Euphorbiaceae. As estratégias de ocupação do espaço pelas espécies nos topos de morro caracterizam-se por uma densidade alta e área basal baixa, ou seja, ) muitos indivíduos de porte pequeno. Nos fundos de vale, as espécies apresentam poucos indivíduos e de porte maior. A estratégia adotada pelas espécies nas encostas é intermediária àquelas encontradas nos topos de morro e fundos devale. As espécies mais importantes (IVC) para as diferentes fisionomias são: Alchornea glandulosa e Chrysophyllum viride (nos fundos de vale e encostas), Ficus organensis (nos fundos de vale), Maytenus cestrifolia (nos topos de morro) e Ocoteaporosa (nas encostas). Os índices de diversidade (H') variam de 3,114 a 4,142 para as diferentes áreas estudadas. O índice calculado para todas as áreas é de 4,613, o que significa o maior índice registrado em estudos de Mata Atlântica no Estadode São Paulo (considerando-se os gradientes altitudinais). Classificamos a maior parte das espécies como sendo climáxicas (37%), seguida das secundárias tardias (20%), indicandoque as florestas encontram-se num estágio avançado de sucessãoecológica. A sídrome de dispensão que prevaleceu é a zoocórica (80%),
    concordante para as florestas tropicais e mostrando a relevância da fauna para o processo de conservação e de regeneração destas. Com relação a disponibilidade de recursos, afloração e o aparecimento de frutos verdes coincide com os períodos de maior pluviosidade e temperatura, sugerindo uma sazonalidade na oferta destes recursos. A produção de frutos maduros não está associada à variação da temperatura e daprecipitação. A emissão da folhas novas ocorre no período de maior pluviosidade e temperatura e é antecessora e paralela à da floração. A produção de folhas velhas não está associada à variação de temperatura e precipitação, embora ocorra umaqueda destas nos períodos mais úmidos. Ocorrem diferenças na disponibilidade de recursos para as três fisionomias estudadas. Os monos utilizam em sua dieta um total de 28 famílias, 48 gêneros e 62 espécies de plantas. As famílias mais ) frequentes são Myrtaceae, Lauraceae, Leguminosae, Rubiaceae, Sapotaceae, Euphorbiaceae e Cecropiaceae. Das 62 espécies arbóreas, 46 são utilizadas como fontes de frutos, 42 como fontes de folhas e 9 de flores. Dentre as lianas,somente três são utilizadas como fontes de frutos, folhas e flores. Os itens alimentares mais consumidos pelos monos são folhas novas (37%) e velhas (28%), seguidos de frutos maduros (22%) e verdes (11%) e por flores (2%). Durante o período depluviosidade maior os monos alimentaram-se mais de frutos e de flores do que de folhas. Ao contrário, durante o
    período de pluviosidade menor os monos alimentam-se mais de folhas do que de frutos e flores. Brachyteles arachnoides comporta-secomo sendo um primata dispersor de plantas em estádio sucessional avançado e, portanto, um especialista na manutenção de florestas climáxicas
  • Data de criação/publicação: 2000
  • Formato: 116 p.
  • Idioma: Português

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