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Dinâmica inicial da regeneração natural de florestas exploradas na amazônia brasileira

Niwton Leal Filho Waldir Mantovani

2000

Localização: IB - Instituto de Biociências    (D-812 )(Acessar)

  • Título:
    Dinâmica inicial da regeneração natural de florestas exploradas na amazônia brasileira
  • Autor: Niwton Leal Filho
  • Waldir Mantovani
  • Assuntos: ECOLOGIA
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: A Floresta Tropical Úmida na região Amazônica brasileira vem sofrendo um intenso processo de destruição, sendo substituída principalmente por áreas de pastagens de baixa produtividade. Entre as alternativas propostas de uso racional do solonestaárea, o manejo florestal sustentado é uma atividade que tem se expandido nos anos recentes. Porém, a regeneração natural da floresta submetida às atividades de exploração seletiva em regime de manejo florestal é, ainda, um assuntopoucocompreendido e estudado. Assim, este trabalho foi proposto com o intuito de fornecer informações básicas para o avanço na compreensão do processo de regeneração natural das espécies arbóreas em uma área de Floresta Tropical Úmida, submetidaàexploração seletiva de madeira em regime de manejo florestal sustentado na Amazônia central brasileira. O trabalho foi realizado na Estação de Manejo Florestal (EMF) da ZF-2, situada no interior da Estação Experimental de SilviculturaTropicaldo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), localizada a cerca de 90 Km ao norte da cidade de Manaus, Amazonas, Brasil ('2 GRAUS' 27'-38'S e '60 GRAUS' 09'-11' O). Defendo a tese de que as diferentes classes de distúrbio,originadasda exploração da floresta, determinam modelos diferenciados de regeneração, assim como afetam a importância relativa dos grupos funcionais envolvidos e as principais vias de regeneração, através das quais se expressa o
    potencialflorístico,durante a sucessão secundária subsequente. A floresta que resulta após a exploração é constituída por um mosaico de áreas caracterizadas por distintas condições ambientais, resultantes dos distúrbios provocados pela derrubada e otransporte dostroncos para fora da floresta. A origem das plântulas das espécies arbóreas que se estabelecem nestas áreas é um assunto ainda pouco compreendido e estudado. A importância relativa do banco e da chuva de sementes no estabelecimentode ) plântulas de espécies arbóreas na floresta primária e em áreas representativas de diferentes classes de distúrbio (floresta remanescente, bordas de floresta, bordas de clareiras, centros de clareiras e trilhas de trator), assimcomoa contribuição relativa dos grupos funcionais formados pelas espécies arbóreas pioneiras e clímax em cada uma destas vias de regeneração foram avaliadas, acompanhando-se, durante dezesseis meses, o estabelecimento de plântulas emparcelasdemarcadas diretamente sobre o solo e sobre coletores de chuvas de sementes, contendo solo isento de sementes. A abertura do dossel durante a exploração da floresta criou condições que favorecem temporariamente o estabelecimento de umgrandenúmero de plântulas de espécies arbóreas pioneiras e clímax sobre solo, que podem ser originadas do banco ou da chuva de sementes. O número de plântulas estabelecidas sobre o solo foi afetado significatvamente pelas classes dedistúrbioanalisadas. As condições ambientais
    nas áreas que sofreram distúrbios mais intensos, como as trilhas de trator, centros e bordas de clareiras, favoreceram o estabelecimento de plântulas das espécies arbóreas pioneiras e clímax sobre osolo. Onúmero de plântulas estabelecidas sobre o solo decresceu das áreas de dossel mais aberto para as de dossel mais fechado. O número elevado de plântulas que se estabeleceram sobre os solos nas áreas de centros de clareiras e trilhas detratorconfirmam a existência de um número abundante de sementes dormentes, ocorrendo nos solos desta floresta. Nas áreas de bordas de clareiras e bordas de floresta, os números de plântulas estabelecidas sobre os solos foram intermediárias entreasáreas de dossel mais aberto e as áreas de floresta remanescente e primária. O estabelecimento das espécies pioneiras é condicionado fundamentalmente pela intensidade luminosa, já que o número e a proporção de plântulas de espéciesarbóreaspioneiras ) estabelecidas sobre o solo foi proporcional à abertura do dossel na floresta explorada. Os resultados também sugerem que o estabelecimento das espécies clímax sobre o solo é influenciado pela intensidade luminosa e pelaproximidadede fontes produtoras de sementes. O número de plântulas estabelecidas no período de estudo sobre os coletores de sementes, introduzidas através da chuva de sementes, variou no tempo e no espaço e foi significativamente maior nas áreasde bordase clareiras de florestas do que nas áreas de floresta primária.
    Por outro lado, os números de plântulas estabelecidas sobre os coletores nas áreas de trilhas de trator, centros de clareiras e floresta remanescente nãodiferiramsignificativamente entre si, nem daqueles observados sobre outras classes de distúrbio, assim como daquele observado na floresta primária. A proporção de indivíduos das espécies pioneiras e clímax variou consideravelmente entre asclasses dedistúrbio analisadas, porém, plântulas das espécies clímax estabeleceram-se em maiores proporções em todas as classes de distúrbio analisadas, assim como na floresta explorada. Nas áreas mais perturbadas e mais iluminadas, como astrilhas detrator, centros de clareiras, bordas de clareiras e de floresta, o banco de sementes contribuiu com a maior proporção de plântulas estabelecidas após a exploração. A proporção entre plântulas estabelecidas através do banco de sementese aquelasestabelecidas via chuva de sementes tende a ser maior nas áreas de dossel mais aberto. Por outro lado, nas áreas de floresta remanescente e floresta primária não houve diferença significativa entre o número de plântulas estabelecidassobre osolo e sobre os coletores de chuva de sementes, sugerindo que a quase totalidade das plântulas estabelecida nestas áreas seja originada de sementes recém introduzidas. A dinâmica inicial da regeneração natural de plântulas e plantasjovens ) (10 cm '< ou =' altura '< ou =' 300 cm) das espécies arbóreas clímax, foi acompanhada durante os quatro anos iniciais após a
    exploração, na floresta primária, assim como nas diversas classes de distúrbio identificadas naflorestaexplorada, utilizando-se parcelas permanentes demarcadas sobre o solo. A classe de distúrbio afetou significativamente a densidade e o volume das plântulas e plantas jovens. O efeito das modificações ambientais sobre a dinâmica daregeneraçãofoi mais evidenciado nos três primeiros anos após exploração, resultando em uma mudança localizada na estrutura da comunidade vegetal. Os distúrbios na floresta explorada não representaram obstáculos intransponíveis ao estabelecimentoedesenvolvimento das espécies arbóreas clímax. Na floresta remanescente e na primária, a densidade e o volume das plantas apresentaram pequenas variações no período de estudo, entretanto, estas duas áreas não diferiram significativamenteemrelação à estrutura da vegetação arbórea de sub-bosque. Nos centros de clareiras e trilhas de trator, a vegetação preestabelecida é seriamente danificada pela exploração, resultando em uma redução no número de indivíduos e na riquezaflorística.O estabelecimento e o desenvolvimento acelerado da vegetação clímax inicia-se imediatamente após a abertura do dossel nestas áreas, que diferiram significativamente em relação ao volume, mas não em relação à densidade das plantas.Bordas ecentros de clareiras não diferiram em relação à densidade, entretanto o volume de plantas foi significativamente maior nas áreas de bordas de clareiras. A estrutura das sinúsias formadas
    por plântulas e plantas jovens de espéciesarbóreas clímaxapresentou diferenças significativas entre as bordas das clareiras e as bordas da floresta remanescente. Desta forma, enquanto a densidade de indivíduos foi maior nas bordas de florestas, o volume das plantas foi maior nas áreasde bordas de ) clareiras. Apesar de se notar uma tendência clara de aumento na densidade e no volume nas áreas de bordas de floresta, não se observou diferença significativa entre as bordas de florestas e as áreas internas da florestaremanescente,no que se refere a estas duas variáveis. Os resultados sugerem que a abertura do dossel afeta a dinâmica inicial da regeneração das espécies arbóreas clímax na floresta explorada como um todo, entretanto os efeitos se diluem dasáreas de dosselmais aberto em direção ao sub-bosque da floresta explorada. As espécies arbóreas pioneiras se estebeleceram na floresta primária, assim como em todas as classes de distúrbio analisadas. Porém, somente nas áreas de trilhas detrator, centros declareiras e bordas de clareiras elas apresentaram um número de indivíduos suficiente para as análises estatísticas. Este grupo funcional é composto por um número limitado de espécies que se estabelecem, principalmente a partirdo banco desementes em todas as classes de distúrbio analisadas. A presença efêmera das pioneiras arbóreas no sub-bosque da área explorada é constatada pela redução da densidade, a partir do primeiro ano após a exploração, nas áreas de
    dosselmais aberto. Aclasse de distúrbio afetou significativamente a densidade e o volume das plântulas e plantas jovens de espécies arbóreas pioneiras na floresta explorada. A densidade e o volume não diferiram significativamente entre as trilhas detrator e oscentros de clareiras, assim como entre os centros e bordas de clareiras. Por outro lado, trilhas de trator e bordas de clareiras diferem significativamente em relação à densidade e ao volume das plântulas e plantas jovens dasespécies arbóreaspioneiras, sugerindo que as condições ambientais existentes sobre as trilhas de trator são favoráveis ao estabelecimento e ao desenvolvimento deste grupo funcional. A tese central proposta neste trabalho foi confirmada emparte, já (continua) ) que, apesar do papel relativo desempenhado pelos diferentes grupos funcionais e pelas principais vias, através das quais se expressa o potencial florístico durante a fase inicial do processo de regeneração, subsequente àexploraçãoda floresta, ter sido afetado pelas características ambientais das diferentes classes de distúrbio analisadas, o estabelecimento simultâneo de indivíduos pertencentes aos dois grupos funcionais abordados, imediatamente após aexploração, nasáreas de distúrbio mais intensos, indica que o processo de regeneração, em todas as áreas, segue um só modelo, o de competição organizadora
  • Data de criação/publicação: 2000
  • Formato: 158 p.
  • Idioma: Português

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