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Pedogênese e morfogênese no Distrito de Tupi (Piracicaba - SP)

Vidal Torrado, Pablo

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz 1994-08-05

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Pedogênese e morfogênese no Distrito de Tupi (Piracicaba - SP)
  • Autor: Vidal Torrado, Pablo
  • Orientador: Lepsch, I. F.
  • Assuntos: Gênese Do Solo; Morfologia Do Solo
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: Com um estudo integrado, geomorfológico, geológico e pedológico, interpretou-se a pedogênese de acordo com a evolução da paisagem, de uma área de aproximadamente 2000 ha, situada nas imediações de Piracicaba, na Depressão Periférica Paulista. São vales esculpidos pelo rio Piracicaba e por seu afluente ribeirão Tijuco Preto, escolhidos devido à riqueza de formas de relevo e de solos representativos da paisagem regional. Mapeou-se as superfícies geomórficas, a geologia e os solos, nessa ordem. Estudos analíticos e morfológicos detalhados dos solos foram feitos em perfis localizados em três toposseqüências, incluindo análise micromorfológica. Os depósitos superficiais foram identificados com base nas observações de campo, no exame micromorfológico e na análise estatística da distribuição das areias. Identificou-se cinco superfícies geomórficas, embasadas em rochas paleozóicas das formações Itararé, Tatuí e em pequena ocorrência da formação Irati. Depósitos superficiais neocenozóicos foram identificados na forma de coberturas de topo, de colúvios e de remanescentes de níveis de terraço. A cronosseqüência estabelecida para as superfícies (I>II>III>IV>V), foi corroborada pelos testes de comparação de médias de atributos dos respectivos solos, que se correlacionam com o grau de intemperismo. Latossolos ocupam as posições mais elevadas, velhas e planas, enquanto que solos litólicos estão nas superfícies mais recentes, ocupando os podzólicos posições intermediárias. A interpretação da evolução do relevo baseou-se no modelo de alternância climática ocorrida durante o quaternário e que teria sido responsável pela morfogênese em condições distintas em cada fase. O uso desses conceitos combinados com as ideias de Ruhe de recuo de vertentes, permitiu a interpretação da evolução do relevo e dos materiais de origem dos solos. A gênese dos microagregados dos latossolos que ocorrem na superfície I (Pd1), é complexa. Dois processos ficaram evidentes: o da microestruturação geoquímica e o zoogenético. Microagregados que ocorrem em superfícies mais recentes (III e IV) foram interpretados como originários de retrabalhamento de material latossólico previamente existente. O tamanho maior de agregados no horizonte BA em relação ao Bw dos latossolos, foi interpretado como um empacotamento de microagregados originado pela ação mecânica da mesofauna, das raízes, e dos ciclos de umidecimentento e secamento, todos mais intensos nessa zona. O processo inverso também ocorre através da individualização dos agregados maiores do horizonte BA por subdivisão em microagregados. A transição lateral Bw-Bt foi atribuída ao adensamento do manto latossólico a partir do entalhamento da superfície original (I), por influência crescente vertente abaixo da ação mecânica do fluxo lateral de água. Posteriormente, mecanismos de argiluviação e de degradação de argilas por hidromorfismo temporário no topo do Bt completam a transformação do Bw para Bt. A pedogênese nas superfícies mais recentes que I, favorece a formação de solos com B textural. A argiluviação está presente em quase todos os solos e precederia a degradação de argilas por hidromorfismo (ferrólise). A formação de lamelas nos podzólicos mais desenvolvidos e sobre rochas da formação Itararé (superfícies III e IV), se dá a partir de argiluviação rítmica, formando depósitos que irão dificultar a passagem de argilas dispersas ("peneiramento"), e que depois podem vir a ser degradados pela ferrólise. O gradiente textural dos solos da superfície IV tem também, em muitos casos, influência de colúvios. Nas várzeas, classificadas como um dos níveis de terraços (superfície IV) formados antes do entalhamento atual do vale (superfície V), o processo da argiluviação é muito intenso, o que, aliado à grande atividade biológica observada no local, promove uma homogeneização no teor de argila desses sedimentos, formando posteriormente o horizonte B textural. A interpretação dos dados de laboratório, como os da micromorfologia e mineralogia dos solos, só foi possível devido à compreensão das relações entre os solos, as formas do relevo e sua origem e a geologia local, graças ao intensivo trabalho de campo.
  • DOI: 10.11606/T.11.2019.tde-20191220-140104
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
  • Data de criação/publicação: 1994-08-05
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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