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A institucionalização de crianças e adolescentes vítimas da violência doméstica: o cuidar na visão das instituições e das famílias envolvidas

Martins, Camilla Soccio

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Enfermagem 2009-06-15

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    A institucionalização de crianças e adolescentes vítimas da violência doméstica: o cuidar na visão das instituições e das famílias envolvidas
  • Autor: Martins, Camilla Soccio
  • Orientador: Carvalho, Maria das Graças Bomfim de
  • Assuntos: Abrigos; Criança E Adolescente; Violência Doméstica; Child And Adolescent; Domestic Violence; Shelters
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Notas Locais: Programa Interunidades em Enfermagem EE/EERP
  • Descrição: A investigação, aqui apresentada, buscou conhecer e analisar o cuidado institucional à criança e adolescente em situação de risco social, sob a visão de seus familiares e da equipe de profissionais que atua no abrigo da cidade de Jardinópolis, SP. A metodologia adotada é de abordagem qualitativa e utilizou-se como instrumentos de coleta de dados o mapa censitário, a observação livre e a entrevista semiestruturada, aplicada aos funcionários do abrigo e aos pais das crianças e adolescentes ali institucionalizados. Quanto à análise desses dados, escolhe-se a análise de conteúdo, modalidade temática. Identificou-se, a partir da caracterização do espaço pesquisado e dos atores estudados que as crianças e adolescentes institucionalizados são em sua maioria meninos, negros e pobres e o motivo pelo qual foram institucionalizados se destaca a negligência. Destacou-se ainda, que as famílias dessas crianças e adolescentes institucionalizados, são, em sua maioria, desempregados, possuem situação financeira desfavorável o que se relaciona ao baixo grau de escolaridade o que por sua vez diminuem as chances dessas famílias de se inserir no mercado de trabalho. A partir das falas dos entrevistados, emergiram três temáticas: o cuidado enquanto contexto de análise, a violência enquanto (re)construção dos espaços e a instituição como espaço de trabalho. Em relação à primeira temática, apreendeu-se que o cuidado se apresenta a partir de ações relacionadas com a alimentação, higiene pessoal, ambiental e cuidados relativos à saúde, sem incluir a prevenção de doenças. Além disso, os cuidadores ressaltam que realizam tais cuidados baseados em suas experiências como pais. Afirmam, também, que não utilizam o conhecimento técnico ao oferecer cuidados às crianças e adolescentes abrigados e que se sentem inseguros para tais prática. Dessa forma, evidencia-se a fragilidade da função cuidadora no arcabouço da construção do papel profissional. Em relação à segunda temática, verificou-se a violência simbólica, psicológica e até física praticada por esses cuidadores, aparecendo de uma forma naturalizada, necessária e integrante das relações de poder perpetradas no contexto institucional. Assim, pode-se pensar o cuidado institucional como mecanismo de controle disciplinar que a partir de Foucault abre-nos a possibilidade de maior compreensão dessa dinâmica de forças, sendo elas indefinidas, mutáveis e transitórias, de acordo com o contexto à qual se inserem. E, por fim, na terceira temática, apreendeu-se que a falta de políticas públicas adequadas e a fragilidade no modelo vigente de atenção à criança e adolescente exercem significativa influência no atendimento dentro das instituições de abrigo. De forma geral, percebese que há muita lacuna na sistematização do cuidado, dificultando que ele possa ser objetivado, mediante planejamento, com definição de objetivos, estratégias e avaliação permitindo que ele seja visto como produção de um trabalho profissional, estruturado nas reais necessidades dessa população. Pensar a criança e o adolescente como atores sociais ativos, envolvidos no cuidado da própria saúde, permite compreender que o cuidado dispensado nessas instituições de abrigamento pode e deve ser entendido como um processo dialético de mútua interação e construção. Os resultados obtidos na presente pesquisa levam a refletir, dialogar e intervir nessa realidade tão pouco conhecida. Acredita-se que a elucidação de tais significados na perspectiva dos atores sociais estudados proporcionará melhor entendimento e aproximação entre quem cuida e quem é cuidado, bem como oferecerá ao profissional subsídios que fundamentem suas ações para o atendimento das necessidades de cuidado institucionalizado manifestadas por essas crianças e adolescentes
  • DOI: 10.11606/T.83.2009.tde-18082009-123907
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Enfermagem
  • Data de criação/publicação: 2009-06-15
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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