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Avaliação da limpeza e esterilização de cânulas de lipoaspiração após contaminação com gordura, Mycobacteroides abscessus subespécie bolletii e Geobacillus stearothermophilus: estudo experimental

Bronzatti, Jeane Aparecida Gonzalez

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola de Enfermagem 2019-04-30

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Avaliação da limpeza e esterilização de cânulas de lipoaspiração após contaminação com gordura, Mycobacteroides abscessus subespécie bolletii e Geobacillus stearothermophilus: estudo experimental
  • Autor: Bronzatti, Jeane Aparecida Gonzalez
  • Orientador: Graziano, Kazuko Uchikawa
  • Assuntos: Enfermagem Em Centro De Material E Esterilização; Lipoenxertia; Lipoaspiração; Infecção Por Micobacterium Abscessus Subespécie Massiliense; Esterilização; Fat Grafting; Liposuction; Mycobacterium Abscessus Subspecies Massiliense Infection; Nursing Sterile Processing Departments; Sterilization
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: Introdução: A lipoaspiração ou lipossucção é a intervenção cirúrgica destinada a remover depósitos superficiais e profundos de gordura subcutânea do tecido adiposo localizado. Em alguns casos, para obter o resultado estético desejado, é realizada a lipoenxertia. Neste processo, faz-se um transplante autólogo de tecido gorduroso para preencher, aumentar ou modelar as estruturas flácidas, depressões ou áreas com pouco tecido adiposo. As cânulas utilizadas para realizar a lipoaspiração apresentam um design desafiador para os processos de limpeza, favorecendo o acúmulo de resíduos de gordura em seu interior. Há registros de surtos infecciosos causados por microrganismos que sobreviveram ao processo de esterilização, relacionados à falha na limpeza dos instrumentais cirúrgicos, reforçando a premente necessidade de investigar se os resíduos de gordura no lúmen das cânulas são passíveis de remoção, garantindo assim, a eficácia da esterilização e a segurança em seu reuso. Objetivos: Fase I - avaliar a eficácia da remoção da gordura humana do lúmen das cânulas submetidas a seis diferentes Procedimentos Operacionais Padrão (POP) de limpeza, comparando-os com os grupos controle positivos e negativos. Fase II - Avaliar o alcance do nível de segurança de esterilidade de 10-6 , quando submetida à esterilização por vapor saturado sob pressão as cânulas de lipoaspiração intencionalmente contaminadas com 6 L(residual mínimo após limpeza) e 50 L (residual máximo após limpeza) de gordura humana, ao serem desafiados frente à cepa de Mycobacteroides abscessus subespécie massiliense (INCQS no 00594) e a cepa do esporo Geobacillus stearothermophilus (ATCC no 7.953). Método: a pesquisa caracterizou-se como pesquisa experimental laboratorial. A Fase I dos experimentos consistiu em submeter as cânulas de lipoaspiração de 3mm e 5mm de diâmetro com lúmen intencionalmente contaminado com gordura humana, a seis distintos POP de limpeza com variações na inclusão/exclusão/sequência dos passos básicos de limpeza, atualmente, adotados pela Enfermagem em Centros de Material e Esterilização (CME), quais sejam: 1. Flush inicial com água por meio de seringa de 10mL com detergente no lúmen das cânulas; 2. Flush automatizado a alta pressão e alta temperatura por meio do sistema de vapor fluente; 3. Imersão em solução de detergente enzimático com lipase e alternativamente no detergente alcalino; 4. Limpeza manual como o método que antecedeu a limpeza automatizada; 5. Limpeza automatizada em lavadora ultrassônica com retrofluxo intermitente com conectores para canulados. A gordura contaminante nos corpos de prova permaneceu por 120 minutos de contato, e após a drenagem do contaminante as cânulas ficaram expostas ao ar ambiente por 60 minutos. Após a aplicação dos seis distintos POP de limpeza, procedeu-se a extração e quantificação dos resíduos de gordura humana pela técnica de extração com solvente éter de petróleo a quente. A partir dos resultados obtidos nesta fase, realizou-se a Fase II caracterizada como microbiológica - utilizando a maior (50 L) e a menor (6,0 L ) média dos valores obtidos do resíduo de gordura para avaliar se esses quantitativos constituir-se-iam como fator protetor para os microrganismos no processo de esterilização por vapor saturado sob pressão alcançando o nível de segurança de esterilidade de 10-6 . Resultados: a Fase I da pesquisa demonstrou que mesmo utilizando todos os recursos atualmente, disponíveis no CME, não foi possível remover totalmente os resíduos de gordura inoculada nas cânulas de lipoaspiração restando valores residuais mínimos e máximos de gordura de 6,00 mg e 52 mg respectivamente. O POP que apresentou melhor desempenho na remoção de resíduo de gordura foi o método que empregou os seguintes recursos e sequência: 1. Flush inicial com água por meio de seringa de 10mL com detergente enzimático com lipase no lúmen das cânulas; 2. Imersão em solução de detergente enzimático com lipase; 3. Limpeza manual como o método que antecedeu a limpeza automatizada; 4. Limpeza automatizada em lavadora ultrassônica com retrofluxo intermitente com conectores para canulados; 5. Flush automatizado a alta pressão e alta temperatura por meio do sistema de vapor fluente. Os resultados microbiológicos da Fase II comprovaram a premissa de que a sujidade pode proteger microrganismos, constatando-se a sobrevivência, tanto da Mycobacteroides abscessus subespécie massiliense como do Geobacillus stearothermophilus, em ciclos de esterilização por vapor saturado sob pressão a 134o C, nos tempos de 1,30 minuto (meio ciclo) e 3 minutos (ciclo completo). Conclusões: As cânulas de lipoaspiração não são passíveis de limpeza pelos recursos atuais disponíveis pelos CME e houve recuperação dos microrganismos testados Mycobacteroides abscessus subespécie massiliense e Geobacillus stearothermophilus, demonstrando o risco de infecção relacionada ao reuso deste produto para saúde (PPS). Ressalta-se que dentre resíduos de matéria orgânica a serem removidos dos PPS, a gordura merece uma atenção especial porquanto há evidências de que os microrganismos em presença de óleos e gorduras necessitam de um tempo de exposição ao agente esterilizante até oito vezes maior que se estivesse na presença de água.
  • DOI: 10.11606/T.7.2019.tde-22022021-152800
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola de Enfermagem
  • Data de criação/publicação: 2019-04-30
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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