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Loucura, gênero e raça o discurso psiquiátrico na Revista Médica de S. Paulo (1898-1914)

Raquel Saad de Avila Morales Belinda Piltcher Haber Mandelbaum; Maria Cristina da Costa Marques; Encontro da Regional São Paulo da ABRAPSO: Capitalismo, luta de classes e os desafios para a democracia no Brasil: implicações para a práxis psicossocial (16. 2023 Taubaté)

Resumos Taubaté: ABRAPSO, 2023 122 p

Taubaté ABRAPSO 2023

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Loucura, gênero e raça o discurso psiquiátrico na Revista Médica de S. Paulo (1898-1914)
  • Autor: Raquel Saad de Avila Morales
  • Belinda Piltcher Haber Mandelbaum; Maria Cristina da Costa Marques; Encontro da Regional São Paulo da ABRAPSO: Capitalismo, luta de classes e os desafios para a democracia no Brasil: implicações para a práxis psicossocial (16. 2023 Taubaté)
  • Orientador: Mandelbaum, Belinda Piltcher Haber
  • Assuntos: ANÁLISE DO DISCURSO; PERIÓDICOS CIENTÍFICOS; PSIQUIATRIA; PRIMEIRA REPÚBLICA (1889-1930)
  • É parte de: Resumos Taubaté: ABRAPSO, 2023 122 p
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: Esta pesquisa investiga o discurso produzido sobre a loucura na Revista Médica de S. Paulo: jornal prático de Medicina, Cirurgia e Higiene, que circulou, entre 1898 e 1914, no estado de São Paulo, alcançando ainda outras cidades do país e do estrangeiro. Esta revista médica, junto a outros periódicos especializados, instituições médico-sanitárias e eventos científicos, foi um importante objeto da comunidade médica paulista e teve um relevante papel na organização e fortalecimento da categoria, na luta pela regulamentação de sua profissão, nas disputas médico legais frente aos juristas e na própria fundação da Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo (1912). Nesse período histórico, os médicos buscavam a legitimação de sua autoridade nos métodos e terapêuticas aplicadas nos indivíduos adoecidos e, preventivamente, na população em geral, na tentativa de moldar uma população produtiva e dócil que auxiliasse na consolidação do Estado nacional brasileiro. A partir da seleção de todas as publicações que dizem respeito à Psiquiatria, Psicologia, Neurologia e Medicina Legal na Revista Médica de S. Paulo, emergiram três temas-chave - Hospício e alienação; Gênero e sexualidade; Raça, crime e leis – e, a partir deles, categorias de análise em que as publicações são descritas e costuradas. A metodologia utilizada baseia-se na historiografia crítica, especialmente no método de investigação da lógica histórica proposto por Thompson (1978/1981), além do uso de ferramentas linguísticas para o exercício de análise do discurso feito nas publicações selecionadas (Krieg-Planque, 2012). A hipótese desdobrada é que o discurso psiquiátrico se estruturou, nessas publicações, em uma avaliação moral de comportamentos sociais considerados desviantes, fundamentada em um padrão de normalidade ancorado na idealização de um modelo de [Continua]
    [Continuação] família nuclear burguesa e de uma sociedade inexoravelmente capitalista, em que o rico e o pobre, o homem e a mulher, o branco e o negro deveriam reproduzir papéis sociais prescritos, abstratos e a-históricos, hierarquicamente desiguais. Os médicos, assim, se colocaram como modelo para a produção de uma verdade universal sobre os corpos e comportamentos de pessoas, famílias, grupos e populações, inaugurando no discurso médico paulista um paradigma de racionalidade que criou, ao mesmo tempo, seu oposto: o selvagem, o louco, o degenerado. Ao longo da Primeira República, a Medicina disputou prestígio social e poder político com o Direito para conseguir também deliberar sobre questões que diziam respeito à administração pública e ao controle do corpo social nacional, buscando desqualificar outras práticas de cura ligadas ao saber popular para galgar seu caminho rumo ao sacerdócio científico
  • DOI: 10.11606/T.47.2023.tde-31082023-094601
  • Editor: Taubaté ABRAPSO
  • Data de criação/publicação: 2023
  • Formato: p. 113.
  • Idioma: Português
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