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Aspectos Sistemáticos, Ecológicos e Reprodutivos de Morcegos na Mata Atlântica

Corrêa, Silvia Fazzolari

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Instituto de Biociências 1995-03-23

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Aspectos Sistemáticos, Ecológicos e Reprodutivos de Morcegos na Mata Atlântica
  • Autor: Corrêa, Silvia Fazzolari
  • Orientador: Vanzolini, Paulo Emilio
  • Assuntos: Brasil; Zoologia; Quirópteros; Mamíferos; Mata Atlântica; Atlantic Forest; Mammals; Chiropterans; Brazil; Zoology
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: A fauna de morcegos de uma área preservada de Mata Atlântica (Parque Estadual da Ilha do Cardoso, São Paulo) foi estudada quanto à sua composição e estrutura em dois tipos de formações vegetais distintos (mata de encosta e mata de restinga) e quanto às suas variações sazonais, identificando-se o período reprodutivo. A metodologia empregada consistiu de capturas mensais realizadas de julho de 1990 a julho de 1991, utilizando-se redes de neblina dispostas nos mesmos lugares durante todo o período. Os morcegos capturados foram identificados no campo, tendo seu sexo e estado reprodutivo observados nesse momento; a maioria dos exemplares foi sacrificada, retirando-se o conteúdo estomacal e as gônadas para análise de dieta e de estado reprodutivo. Também foram retirados os endo e ectoparasitas. Todos os animais coletados foram preservados por via seca e depositados na coleção de mamíferos do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. Alguns exemplares foram marcados e soltos. Foram capturados 393 indivíduos de 27 espécies, com predominância da família Phyllostomidae, especialmente da subfamília Stenodermatinae. De um modo geral, as espécies capturadas estão dentro de suas áreas já conhecidas de distribuição, à exceção de Dermanura cinérea, que ainda não havia sido detectada na região sudeste. Também foi encontrada uma espécie nova da família Vespertilionidae, denominada Lasiurus ebenus. Apesar das espécies encontradas serem de ampla distribuição, a composição da comunidade mostra peculiaridades que refletem a fisiografia local. A maioria das espécies (19) foi considerada rara, sendo seis classificadas como comuns e duas, Artibeus obscurus e Sturnira lilium, como muito comuns. Há diferenças marcantes entre as comunidades da mata e da restinga: a primeira apresenta número muito maior de indivíduos e de espécies (310 e 22 respectivamente VS 83 e 10), sendo muito comuns S.lilium e A.obscurus; na segunda Artibeus lituratus é o morcego classsificado como muito comum. Em ambas as fitofisionomias há espécies exclusivas (17 na mata e cinco na restinga); aquelas comuns às duas formações foram capturadas com frequências muito diferentes, à exceção de Myotis nigricans. Além das diferenças entre as fitofisionomias, pode-se observar diferenças na composição das comunidades de acordo com a época do ano. Nos meses frios (maio a outubro) são mais comuns S.lilium e A.obscurus, e nos meses quentes (novembro a abril) são mais comuns A.obscurus e A.lituratus. De um modo geral, acredita-se que a comunidade de morcegos da Ilha do Cardoso, como um todo, tenha sido estruturada por pressões outras que a competição por alimentos, haja vista a existência de preferências diferenciadas quanto aos ítens das dietas e quanto ao período do ano de maior atividade, assim como a inexistência de um período realmente crítico quanto à oferta de alimentos. Detectou-se um período longo de reprodução, de agosto a maio, havendo nas espécies comuns um estro pós-parto, que possibilita o nascimento de dois filhotes em uma única estação reprodutiva. Estas espécies são classificadas como poliéstricas bimodais sazonais. Quanto aos aspectos histológicos das gônadas dos morcegos dos gêneros mais comuns, Artibeus e Sturnira, observou-se grande semelhança nas estruturas e fases do ciclo. Em Sturnira Sturnira o período de reprodução mostrou iniciar-se um mês mais cedo do que a análise da morfologia externa pode detectar. As fêmeas dos dois gêneros são monovulares, e as maiores diferenças entre elas é a presença indubitável de células paraluteínicas no corpo lúteo de Sturnira e sua não observação em Artibeus. Os machos produzem espermatozóides ao longo de todo o ano, não apresentando picos no período em que supostamente as fêmeas estão receptivas. Nos testículos dos dois gêneros, a maior diferença encontrada é a presença de células intersticiais de caráter glandular em Sturnira, que se acredita serem células de Leydig, produtoras de hormônios masculinos, e que não foram observadas em Artibeus. Tenta-se apresentar desta forma um quadro abrangente sobre a fauna de morcegos de uma área não perturbada de Mata Atlântica, também apontando problemas relacionados à estruturação de comunidades e à distribuição de espécies no sudeste brasileiro.
  • DOI: 10.11606/T.41.1995.tde-12072012-102724
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Instituto de Biociências
  • Data de criação/publicação: 1995-03-23
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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