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Estimativa da ingestão de corantes e conservadores alimentares pela população brasileira

Nascimento, Sílvia Panetta

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz 2021-08-31

Acesso online

  • Título:
    Estimativa da ingestão de corantes e conservadores alimentares pela população brasileira
  • Autor: Nascimento, Sílvia Panetta
  • Orientador: Silva, Marina Vieira da
  • Assuntos: Aditivos Alimentares; Alimentos Industrializados; Hábitos Alimentares; Segurança Alimentar E Nutricional; Food Additives; Food Habits; Food Security; Industrialized Foods
  • Notas: Dissertação (Mestrado)
  • Descrição: As mudanças nos hábitos alimentares verificadas nas últimas décadas, ocasionadas, em parte, pelo menor tempo disponibilizado ao preparo e consumo dos alimentos, bem como da ampla oferta de alimentos industrializados, implicaram em aumento no consumo de alimentos ultraprocessados, os quais, normalmente, apresentam em sua composição aditivos químicos, com diferentes funções. O emprego dos aditivos alimentícios é regulamentado por vários atos normativos, que determinam os alimentos nos quais podem ser usados, bem como as condições de uso e os limites máximos permitidos, no entanto, alguns estudos vêm demonstrando a associação dos aditivos a problemas de saúde, como reações alérgicas e hiperatividade, entre outros. Estimar a ingestão de aditivos alimentícios a partir do consumo dos alimentos ultraprocessados é o objetivo deste estudo, buscando ainda identificar os grupos populacionais (categorizados por sexo, raça, idade, situação do domicílio e renda) e as regiões geográficas mais afetados por tais substâncias. Para tanto foram utilizados os resultados da Análise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil obtidos nas Pesquisas de Orçamentos Familiares (POF) realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 2008-2009 e 2017-2018. Por meio das informações sobre os alimentos consumidos, foi possível selecionar os alimentos ultraprocessados e, valendo-se das informações da rotulagem, identificar os aditivos presentes, cuja ingestão foi estimada a partir das quantidades máximas permitidas para cada um dos aditivos pesquisados estabelecidas nos regulamentos específicos por categorias de alimentos. A análise dos resultados obtidos revelou que nos últimos dez anos houve redução na ingestão dos corantes pesquisados, mas aumento na ingestão do conservador Sorbato de Potássio em todos os grupos avaliados. Para os corantes, na POF 2008-2009, as maiores médias estimadas foram observadas na faixa etária de 10 a 13 anos, para Tartrazina e Vermelho 40 (6,4 ± 1,0 mg e 5,1 ± 1,1 mg respectivamente); entre os indígenas, para Amarelo crepúsculo (5,6 ± 2,3 mg) e no maior estrato de renda, para Ponceau 4R e Eritrosina (1,6 ± 0,4 mg e 0,10 ± 0,02 mg respectivamente). Na POF 2017-2018 destacam-se os valores estimados na faixa de 14 a 18 anos, para Amarelo crepúsculo (2,6 ± 1,3 mg); entre os indígenas para Tartrazina (4,4 ± 1,8 mg); na zona urbana para Ponceau 4R (2,4 ± 0,1 mg); nos maiores estrato de renda para Eritrosina (0,05 ± 0,02 mg) e na região Sul para Vermelho 40 (1,4 ± 0,2 mg). Quanto aos conservadores, na POF 2008-2009 as maiores médias foram observadas no grupo de 14 a 18 anos para Benzoato de sódio (41,3 ± 2,6 mg) e estrato de maior renda para Sorbato de Potássio e Metabissulfito de Sódio (68,0 ± 9,2 mg e 1,9 ± 0,8 mg, respectivamente). Na POF 2017-2018 ressaltam-se os valores encontrados na região Sul para Sorbato de Potássio (66,7 ± 2,3 mg) e nas faixas etárias de 14 a 18 anos para Benzoato de sódio (36,2 ± 3,4 mg) e de 10 a 13 anos para Metabissulfito de sódio (1,59 ± 0,09 mg). A ingestão acima dos limites máximos permitidos pela legislação vigente foi observada em todas as variáveis estudadas para o corante Eritrosina e conservadores Benzoato de Sódio e Metabissulfito de Sódio, ainda que também nessa condição, tenha havido redução entre as POFs. A população da zona urbana está mais sujeita ao consumo dessas substâncias, embora na zona rural tenha sido observado aumento na ingestão média de todos os conservadores nos últimos dez anos. Verificou-se ainda relação linear inversa entre a faixa etária e o consumo de corantes, assim como maior consumo de aditivos em geral nos grupos de maior renda e na região Sul do país. Concluiu-se que a estimativa do consumo de aditivos pode contribuir para identificar os grupos populacionais mais afetados pelo consumo de aditivos químicos e motivar novos estudos necessários para a constante atualização da legislação pertinente, bem como para promover políticas públicas voltadas à segurança alimentar e nutricional.
  • DOI: 10.11606/D.11.2021.tde-11112021-164105
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
  • Data de criação/publicação: 2021-08-31
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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