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O discurso da depressão: quando dizer é sofrer

Coppedê, Dulce Ricciardi

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Instituto de Psicologia 2016-12-12

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    O discurso da depressão: quando dizer é sofrer
  • Autor: Coppedê, Dulce Ricciardi
  • Orientador: Dunker, Christian Ingo Lenz
  • Assuntos: Depressão; Sofrimento; Psicopatologia; Psicanálise; Discurso; Discourse; Psychoanalysis; Psychopathology; Depression; Suffering
  • Notas: Dissertação (Mestrado)
  • Descrição: A depressão é a categoria psicopatológica que expressa, de forma privilegiada, o sofrimento psíquico na atualidade, adquirindo estatuto de epidemia. Examinamos a depressão enquanto objeto de discurso em nossa cultura, a partir de diversas ordens discursivas médica, religiosa, econômica, psicanalítica, socioantropológica e investigamos como esses discursos se singularizam produzindo efeitos clínicos e discursivos naqueles que, a seu modo, o reproduzem. Partimos da hipótese de que o discurso constitui, condiciona, altera e determina a própria experiência de sofrimento. Baseando-nos na psicanálise de Lacan e em sua acepção de sujeito, nossa proposta é a de verificar efeitos de indução e modalização sintomáticas produzidos pela exposição ao discurso da depressão. Analisamos um conjunto de sete relatos, obtidos através de entrevistas semidirigidas, nas quais a presença do significante depressão apresentava-se prevalente para a designação do sofrimento. Nossos achados apontam para a existência de marcas discursivas que se repetem nos relatos analisados, a despeito da diversidade e heterogeneidade de experiências compreendidas em cada um deles. O significante depressão se articula intradiscursivamente e interdiscursivamente, recuperando incidências históricas heterogêneas e descontínuas pelas quais efeitos transformativos são descritos. Conclui-se que há uma absorção identificatória do discurso da depressão em nossa cultura, passando a constituir, ele mesmo, uma catacrese ou seja, uma metáfora já absorvida ao uso comum da língua, de emprego tão corrente que há pouca equivocação semântica em jogo no seu uso. Nesse sentido, depressão é termo que praticamente supre a falta de palavras específicas para designar um sofrimento que resiste à nomeação e faz convergir discursos de diferentes procedências: saúde, trabalho, desejo e religião. Esse resultado é compatível com o estatuto criacionista do significante, bem como o estatuto performativo do ato diagnóstico, além dos efeitos de autoconfirmação clínica dos sintomas
  • DOI: 10.11606/D.47.2017.tde-20032017-123636
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Instituto de Psicologia
  • Data de criação/publicação: 2016-12-12
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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