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Potencialidade do sistema de colheita sem queima da cana-de-açúcar para o sequëstro de carbono.

Campos, Dinailson Corrêa De

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz 2003-08-22

Acesso online. A biblioteca também possui exemplares impressos.

  • Título:
    Potencialidade do sistema de colheita sem queima da cana-de-açúcar para o sequëstro de carbono.
  • Autor: Campos, Dinailson Corrêa De
  • Orientador: Cerri, Carlos Clemente
  • Assuntos: Cana-De-Açúcar; Carbono; Colheita Mecânica; Palhada; Carbon; Mechanical Harvest; Sugarcane; Vegetable Trash
  • Notas: Tese (Doutorado)
  • Descrição: O presente trabalho foi conduzido em áreas experimentais da COPERSUCAR, uma sobre Latossolo Vermelho (EMBRAPA 1999) na Usina São Martinho e outra sobre um Neossolo Quartzarênico na Usina Da Pedra, região de Ribeirão Preto (SP). O objetivo foi analisar a influência da palhada depositada sobre o solo na dinâmica do carbono no agrossistema cana-de-açúcar, uma vez que atualmente buscam-se alternativas para a diminuição da emissão de carbono para o ambiente. Estudou-se o efeito da acumulação da palhada ao longo do tempo (3, 4 e 5 anos) e da deposição de diferentes quantidades de palhada sobre a acumulação de carbono no sistema, bem como da distribuição granulométrica dessa palhada. Acompanhou-se o comportamento intra-anual da palhada, através de medidas ao longo de um ano em áreas experimentais. Analisou-se a composição química e bioquímica da palhada remanescente ao longo do tempo e a influência da colheita sem queima na emissão de gases do efeito estufa. Os levantamentos de campo foram desenvolvidos ao longo dos anos de 1998, 1999 e 2000. Durante o período estudado, observou-se que a produtividade média de cana-de-açúcar sob manejo com queima foi cerca de 5 % maior do que sob manejo sem queima (101 e 95 Mg ha -1 ano -1 para o Latossolo e de 88 e 85 Mg ha -1 ano -1 para o Neossolo). Ocorreu uma deposição média anual da palhada da ordem de 13,9 Mg ha -1 para as áreas sobre Latossolo e 12,8 Mg ha -11 para as áreas sobre o Neossolo. Após quatro anos de manejo sem queima observou-se a formação de uma camada de palhada, com diferentes níveis de decomposição. Nessa palhada foi possível distinguir visualmente, três camadas diferentes de acordo com o grau de decomposição: uma camada nova, mais recente; uma camada velha, entre um ano e dois anos após a deposição e uma camada muito velha, com pelo menos dois anos. Nos tecidos vegetais das camadas velha e muito velha foi observada diminuição da celulose, pequeno aumento de lignina e diminuição da razão C/N. A composição granulométrica da palhada demonstrou que a maior parte desta se encontra na fração > 4mm, com valores superiores a 50 % nesta fração, e que a razão C/N decresceu com a diminuição do tamanho das frações. A massa de matéria seca acumulada na palhada após quatro anos foi de 4,5 Mg ha -1 , ou 1,1 Mg ha -1 ano -1 para o Latossolo e de 3,6 Mg ha -1 , ou 0,9 Mg ha -1 ano -1 no Neossolo. Os fatores solo e variedade de cana não influenciaram a decomposição da palhada, mas houve um efeito positivo da quantidade depositada ao solo sobre a quantidade acumulada ao longo dos anos, tanto para o Latossolo como para o Neossolo. Um total de 1,5 Mg C ha -1 ano -1 foram estocados no compartimento palhada (0,5 Mg C ha -1 ano -1 ) e solo (1 Mg C ha -1 ano -1 ). As emissões de gases ocorridas durante a queimada no manejo com queima da cana-de-açúcar foram calculadas a partir de dados da literatura. Foi mostrado que durante a queimada ocorreu a emissão de uma importante quantidade de N2O , expressada em C-CO2 (4,3 t C-CO2 ha -1 ano -1 ) e esse é um dos gases mais efetivos do efeito estufa. Os fluxos de gases na superfície do solo foram medidos ao longo de um ano nos manejos com e sem queima no Latossolo. O manejo com queima mostrou menor emissão de CO2 e fixação de CH4 em comparação com o manejo sem queima, essas diferenças estão relacionadas a presença da palhada sobre o solo. Quanto ao N2O, não houve diferença significativa nas emissões nos dois tipos de manejos estudados. Considerando todos os compartimentos de estoque de carbono (planta, palhada e solo) e de fluxos de gases do efeito estufa, foi estabelecido um balanço do carbono em equivalente de C-CO2 emitido ou seqüestrado pelo manejo sem queima, em comparação ao manejo com queima. O resultado para o Latossolo, num período de 3 anos, mostrou uma mitigação de cerca de 5 Mg C-CO2 ha -1 ano -1 .
  • DOI: 10.11606/T.11.2003.tde-26112003-151547
  • Editor: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP; Universidade de São Paulo; Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
  • Data de criação/publicação: 2003-08-22
  • Formato: Adobe PDF
  • Idioma: Português

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