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Acoplamento bento-pelágico na plataforma continental oeste da Península Antártica

Paulo Yukio Gomes Sumida

2007

Localização: IO - Instituto Oceanográfico    (03.42 S952ac Tese Livre-Doc ) e outros locais(Acessar)

  • Título:
    Acoplamento bento-pelágico na plataforma continental oeste da Península Antártica
  • Autor: Paulo Yukio Gomes Sumida
  • Assuntos: BENTOS; ANTÁRTICA
  • Notas: Tese (Livre Docência)
    Tese (Livre Docência) apresentada ao Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo para obtenção do Título de Livre-Docente junto ao Departamento de Oceanografia Biológica
  • Notas Locais: Oceanografia Biológica
  • Descrição: A plataforma continental oeste da Península Antártica (POPA) é caracterizada pela grande profundidade (ca. 500-800 metros) e baixas temperaturas durante todo o ano, o que lhe confere uma similaridade aos ambientes de mar profundo. Suas águas sobrejacentes estão sujeitas a uma forte sazonalidade no ciclo luminoso e na cobertura por gelo, restringindo a produção primária planctônica em um período relativamente curto de tempo (ca. 8 semanas). Durante este período, os fluxos de material orgânico particulado (MOP) estão entre os mais elevados do oceano, enquanto que pouco ou quase nada é exportado no período coberto por gelo. Em contraposição aos organismos planctônicos, que possuem adaptações fisiológicas e comportamentais (e.g. estágios de dormência, acúmulo de lípidios, entre outros) para suportar tal sazonalidade, o mesmo não acontece com os bentos. Hipotetiza-se que, caso haja um forte acoplamento bento-pelágico na POPA, haverá uma resposta na estrutura e dinâmica da fauna bêntica em fase com o fluxo de MOP para o assoalho oceânico. Caso este acoplamento seja fraco, espera-se que haja um "um banco alimentar" sedimentar disponível durante todo o ano aos organismos bênticos, capaz de sustentar a fauna em períodos de baixíssimo fluxo (i.e. outono/inverno). O presente estudo faz parte do Projeto FOODBANCS, financiado pela National Science Foundation (EUA) e realizado em cinco cruzeiros sazonais à POPA, abrangendo dois períodos de máximo de fluxo (Mar 2000 e Mar
    2001) e o período de pré-floração do fitoplâncton (Nov/Dez 1999), o período oligotrófico de inverno no início do congelamento (Jun 2000) e o início do derretimento do gelo marinho, logo após o inverno (Out 2000). As coletas foram realizadas em três estações ao largo da POPA em profundidades em torno de 600 metros. Foram utilizadas três abordagens distintas para investigar os efeitos da chegada sazonal de MOP nos sedimentos da POPA sobre os bentos. A estrutura das comunidades macrofaunais foi avaliada através da amostragem com box corer e megacorer. Para a megafauna, foram realizadas imagens do fundo através de um sistema de vídeo submarino e coletas com rede de porta. A dinâmica da megapifauna bêntica (i.e. taxas de movimentação e alimentação) foi verificada através de fotografia de lapso temporal tomadas a cada 12 ou 24 horas. Ambos os sistemas de imageamento do fundo marinho foram utilizados para estimar áreas de cobertura e a dinâmica temporal da chegada de fitodetritos ao assoalho marinho da POPA. A macrofauna foi dominada por poliquetas (especialmente espionídeos), que se concentraram nas camadas superiores (i.e. 0-5 cm) do sedimento. Na camada inferior (5-10 cm) ocorreram principalmente oligoquetas e poliquetas. Não foram encontradas diferenças temporais significativas na abundância da macrofauna. Contudo, parece haver uma resposta espacial ligada a maiores taxas deposicionais encontradas na estação mais costeira. A megafauna foi dominada pelas holotúrias
    elasipodidas Protelpidia murrayi e Peniagone vignoni, ambas importantes organismos depositívoros de superfície. Apesar de apresentar diferenças temporais significativas na abundância, as flutuações na densidade numérica destas duas holotúrias não variaram obrigatoriamente em fase com o fluxo de MOP e parecem estar mais ligadas à história de vida e à capacidade natatória das espécies. Apesar da forte variação sazonal e interanual nos fluxos de MOP observados no fundo marinho da POPA, P. murrayi foi observada alimentando-se durante todo o período amostral de cerca de 16 meses (observações a cada 12 ou 24 horas). Contudo, foi observado um aumento de 'DA ORDEM DE'2-3 vezes nas taxas de alimentação de P. murrayi com a chegada massiva de fitodetritos ao assoalho marinho, o que está de acordo com a teoria da digestão ótima para organismos depositívoros. Os dados obtidos para a macro- e megaepifauna ) bêntica sugerem que há apenas um fraco acoplamento bento-pelágico na região da POPA, o que suporta a hipótese da presença de um "banco alimentar" disponível para os detritívoros bênticos durante o ano todo
  • Data de criação/publicação: 2007
  • Formato: 107 p.
  • Idioma: Português

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